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terça-feira, 21 de junho de 2011

“QUEM DERA O BRASIL TODO FOSSE COMO SÃO PEDRO DO PARANÁ’
Cristiano Ferronato
Mestre e Doutor em Educação

Como faço todos os dias abri hoje, dia 20 de junho, vários jornais e fiz meu release diário de notícias do Brasil e do mundo. Isso é uma constância na minha vida leio desde os jornais do PIG (Partido da Imprensa Golpista), como o define o Paulo Henrique Amorim, como a Folha de São Paulo até a Carta Capital e passando por alguns internacionais como El País. Pois bem, hoje ao dar uma olhada no blog do deputado Brizola Neto, fui levado a uma notícia do Estadão sobre a desigualdade de renda econômica no Brasil baseada nos números do último Censo do IBGE e curiosamente vejo números relativos à economia de São Pedro do Paraná, cidade onde vive e onde reside uma parte de minha família. Segundo os números, diminuiu significativamente a desigualdade entre os municípios brasileiros durante o período pesquisado. Quando comparamos  os 20% mais ricos aos 20% mais pobres dos 5.500 municípios que existem no Brasil, a relação entre suas rendas per capita, que era de 4,7 vezes em 2000, baixou para 3,2 vezes. “a renda média dos 20% de municípios que compõem a base da pirâmide brasileira era de R$ 155 por habitante por mês em 2000.
 Esta diminuição da desigualdade é resultado do crescimento da economia brasileira fruto das medidas tomadas pelo governo Lula, que ninguém se esqueça, as transferências governamentais à população pobre e aos aumentos sucessivos do salário mínimo, além da inflação sempre baixa, essa renda média dos municípios em situação mais precária pulou para R$ 263.” Tal crescimento representa um crescimento real de 69,7%. Mas os 20% mais ricos também ganharam: 16% de crescimento de renda, em valores reais. Como era de se esperar o crescimento mais significativo deu-se no Nordeste: 118% acima da inflação, mas isso não significa necessariamente que a região tenha sido mais privilegiada, pois crescer do zero é fácil. Qualquer crescimento que se tenha partindo do nada significa muito em números. Os dados do mapa criado pelo jornal são interessantes para percebermos estas variações de renda por cidade. No entanto apesar dos bons números ainda temos uma caminho a percorrer a miséria ainda atinge uma quantidade inaceitável de brasileiros: mais de 16 milhões.
Veja-se o caso do município de São Pedro do Paraná, localizado no noroeste do Paraná. Pois bem, este município está localizado numa região que pode-se dizer é uma das mais pobres do Estado. A região foi a última a ser  colonizada no Brasil no processo que teve início na década de 20 do século passado e que culminou com a criação de uma das regiões mais pujantes economicamente. Esta região foi colonizada por companhias particulares que projetavam as cidades baseadas em modelos europeus. Estes projetos deram origens a cidades que até hoje são exemplos de urbanização como Londrina e Maringá, por exemplo. Uma região criada sob a égide do capital pode-se dizer com uma economia baseada em seu início praticamente na cultura do café que enriqueceu estas cidades. No entanto a partir da década de 70 estas cidades começaram a sofrer com a decadência da cultura cafeeira uma vez que não haviam criado outra forma de sobrevivência econômica. Resultado a região ficou com várias pequenas cidades que sofriam com o êxodo de suas populações para regiões com mais empregos e começaram a praticamente desaparecer economicamente. Algumas cidades como Maringá e Londrina concentraram este êxodo e também os investimentos econômicos se tornando verdadeiros oásis econômicos cercados por pequenas cidades com uma economia que sobrevivia da pequena propriedade. Estas duas últimas caracterizadas por terem uma renda per capita bem alta. A região Noroeste é caracterizada pela existência destes pequenos municípios, muitos com um passado economicamente glorioso mas que passaram maus momentos durante as décadas de 80 e 90 à procura de  é uma nova atividade econômica. A região é polarizada pelas cidades de Cianorte, Paranavai e Umuarama. Tem uma área de 24.488,647 () km², segundo o IBGE e sua população em 2006 era de 630.421 habitantes, com uma densidade de 25,7 hab./km², o PIB era de R$ 4.531.416.404,00, em 2003 e o PIB per capita de R$ 7.133,64.  Apesar de ser uma região relativamente pobre se inserida dentro do universo da economia paranaense, pode-se ver pelos dados que esta apresenta a pesquisa, no que se refere à questão da desigualdade que a região parece ter encontrado seu caminho, econômica e socialmente falando. Socialmente porque o que os dados nos apresentam é uma região com uma qualidade de vida invejável. Veja-se o exemplo de São Pedro do Paraná.
Renda Média per capita: R$ 568,75
Variação de renda (2000-2010): 70%
Quantos vivem na miséria: 25
Proporção de domicílios na miséria: 1%
Desigualdade econômica: 19%
Expectativa de vida: 74 anos
Pelos números do próprio IBGE vê-se que o município tem 1448 domicílios e destes apenas 25 em condição de miséria. Acompanhando outros números relativos á educação, saúde, emprego etc, percebe-se que a cidade deu um salto muito importante na questão social nos últimos anos. Se analisarmos o coeficiente de GINI, este foi desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, e é um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países, percebe-se que o do município paranaense que era de 0,490 em 2000, era melhor que do Brasil que era de  0,544. Apesar de ser um número ainda alto é um número para se comemorar pela população local que ainda tem bons serviços de saúde, educação e uma expectativa de vida de 74 anos. Dando uma olhada geral nos números da região creio que fica até meio sem sentido dizer que a região é uma das mais pobres. Ao menos pode-se dizer que é uma das regiões onde a desigualdade de renda é muito baixa. Além de São Pedro do Paraná outras localidades como Loanda: com 0% por cento de domicílios na miséria, Santa Cruz do Monte Castelo: 1%, Nova Londrina: 1% e Paranavaí: também com 0 % por cento nos dão alento para lutar contra a miséria extrema no país. Se é possível numa meso-região de um estado ter números tão bons, por que não pode ser possível no país todo. No entanto se nos voltamos para a comparação entre regiões e olharmos para o Nordeste, por exemplo, que tem crescido muito, mas a desigualdade ainda é grande, teremos números assustadoramente maiores dos da pequena São Pedro do Paraná. Veja-se a cidade de Santa Inês, no sertão paraibano, com uma população de 3.539 hab, um pouco mais que os 2.494 da cidade do Paraná. O município de Santa Inês tem:
Renda média per capita: R$ 233,04
Variação de renda (2000-2010): 239%
Quantos vivem na miséria: 1.206
Proporção de domicílios na miséria: 30%
Desigualdade econômica: 33%
Comparando com os números do município paranaense fica claro que a desigualdade no Brasil ainda é muito grande, enquanto que em São Pedro do Paraná, a renda per capita é de R$ 568,75, em Santa Inês é de R$ 233,04. Enquanto em Santa Inês, de uma população de 3.569 hab 1,206 vivem na miséria, isso é quase a metade da população, em São Pedro do Paraná, esse número cai para 25, numa população de 2.494. Estas assimetrias precisam ser equacionadas com programas sólidos dos governos federal, estadual e municipal. Este é o desafio mais urgente do governo de Dilma Roussef, equacionar tais diferenças regionais. Por isso a importância do programa “Brasil sem Miséria”, lançado há poucos dias pela presidenta.
O Brasil precisa fazer com a população de Santa Inês, no interior da Paraíba, tenha uma qualidade de vida tão boa quanto a população de São Pedro do Paraná. Mas, obviamente que São Pedro do Paraná precisa fazer mais e acabar com esses 25 que ainda vivem na miséria. Desta forma o município chegará a números ainda melhores. Como dizia um amigo meu lá em Madrid, na Espanha “Quem dera o mundo todo fosse como minha cidade”. Eu digo “Quem dera o Brasil todo fosse como São Pedro do Paraná’. 

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